Pequena fábula inspirada por Carl Gustav Jung

“Quem olha para fora de si, sonha
Quem olha para dentro, acorda”. Jung

Minha alma pediu: “Dê-me um sonho, um só que seja, para que eu possa tecer
a teia da sua vida”.


Meu corpo pediu: “Dê-me um desejo, um só que seja, para que eu possa
Realizar o sonho de sua alma”.


Minha vida pediu: “Dê-me um amor, um amor que alcance toda humanidade, para que eu possa dar uma forma ao sonho de sua alma e traçar um caminho por onde o desejo do seu corpo possa ir sem medo”.

Pensei: “Qual será o tecido do meu sonho, qual será a direção do meu desejo ?”

E como pensei, nada pude ver. Os sonhos da alma não são visíveis ao pensamento e os desejos do corpo não são sentidos com a razão.

Senti: “Qual a cor do sonho da minha alma, qual o som do desejo do meu corpo ?”

E a vida presente no meu corpo respondeu: “A cor do luar, quando se reflete sobre o mar e clareia o escuro do céu. O som do seu riso, quando você olha para dentro de si e se sente viva”.


Isa Freire
Rio, 24.11.1998 (35 = 8)

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