Então, muitos motivos para construir junto com os seus uma
comunidade de confiança, inclusiva e solidária conforme pregou o seu Mestre.
Ele sim, escolheria Ituberá...
Embora quando entrou na corporação de Cristo tenha ele
decidido pescar almas ao invés de peixe, o Santo estaria muito preocupado
nestes tempos de escassez de pescado e com isso o sustento destas populações
ribeirinhas que dependem dessa produção para suas sobrevivências.
Não fique surpreso se, por acaso, vocês se deparassem com o padroeiro,
o líder dos pescadores, e estivesse à frente da grande campanha de preservação
das espécies marinhas para não faltar comida na mesa de ninguém, pois, mesmo
sabendo do segredo da partilha quando ofereceu a Jesus um pão e dois peixes
para repartir com aquela multidão, ainda assim daria uma mãozinha aos seus
companheiros.
A aprendizagem com o Mestre deixou Santo André perito em
propostas que apontem verdadeiramente o Reino de Deus.,São as políticas públicas
em defesa da vida que estaria na agenda de militância do Santo, horas na
colônia de pesca cobrando ações afirmativas para os pescadores e marisqueras,
ora debatendo com o pessoal do
território da pesca, ou indo ainda mais além, em busca da vida em plenitude,
lutando por justiça social, educação, saúde, agricultura, cultura, meio
ambiente e, com os demais setores da sociedade, conclamando a todos para assumirem o compromisso de todos
contribuírem para o desenvolvimento comunitário.
Se vocês acham que nosso padroeiro só estaria aqui militando,
vocês estão redondamente enganados.
Ele também passaria horas e horas sentado com os seus companheiros
de profissão na sombra da amendoeira da Barra do Serianhém. Lá, ele contaria
Histórias de Nosso Senhor Jesus Cristo para todos, em forma de causos, cantorias
e prosas.
Acabando a sua “contação”, daria oportunidade para Getúlio,
Joel e os demais companheiros e companheiras para colocarem o seus pontos.
Seria tanta troca de experiência do Santo com aqueles filhos e filhas do mar, que
muitas coisas mudariam em suas vidas.
Já na Lagoa Santa, uma boa opção para ele seria participar do
Terno de Reis dos Mestres Maurílio e Santa. Já podemos até ver Santo André, no
meio daquele povão humilde “aqueles de quem ele mais gosta” de porta em porta. Come
um bocadinho aqui, bebe um pouquinho acolá e assim vai cumprindo a função e, de casa em casa
a memória do nascimento do seu Mestre
que só havia conhecido trinta e três anos mais tarde.
Será sonho ou desejo, meu Santo, de te ter fisicamente pertinho
do nosso lado?
Queremos de ter sempre nos apontando o Cordeiro de Deus,
assim como tu fizeste no Batismo de Jesus.
Queremos sim, meu Santo, te ter por perto para que os pescadores
e marisqueiras e os agricultores tenham suas vidas protagonizadas no contexto
comunitário onde aprendemos a viver o Pentecostes.
Queremos de ter por perto Santo nosso, para quando novembro chegar,
estarmos preparados para celebrar Nosso Senhor, que maravilhas fez e fará em
nosso favor.
Queremos estar sempre por perto de ti, Santo André, para
celebrar a nossa história que contigo chegou, mas, apesar de estarmos juntos a
tanto tempo, ainda assim não somos ”uma pesca boa”.
Um pedido para que a cultura que se recria na vida do povo deste
lugar fortaleça a nossa identidade e nossa fé e que, de lá das alturas, reze
pelos nosso tropeços e desenganos.
Josenildo Normandia.
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