Na moral, isso ai não é para qualquer time.
Não quero provocar outros times, mas sim, enaltecer o brilho da atual campanha da equipe comandada pela excelente pessoa, profissional, eterno craque e que tem se mostrado um excepcional treinador, atualmente à frente do Bahia, o Esquadrão de Aço, Tricolor da Boa Terra, Bi-campeão Brasileiro!
Confiram texto publicado no site da FIFA, que copiei do excelente site ecbahia.com:
"O status de melhor ataque do Brasil no ano, junto com a fama
mundial de Falcão, levaram o Bahia à capa do site da Fifa nesta terça-feira
--não só em português, como inglês, francês, espanhol, alemão e até árabe. Está
inclusive na primeira foto que aparece na página.
CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA:
"Meu objetivo sempre é ter um time leve, que tenha
muita vocação ofensiva", é o que anuncia Paulo Roberto Falcão. "Mas
isso nem sempre é possível de fazer", completa. Pois, no comando do Bahia
desde fevereiro, não importando as dificuldades, ele vem colocando seu plano em
prática.
O ex-craque da Seleção comanda hoje o melhor ataque do
Brasil, que já anotou 57 gols em 22 jogos, praticamente o dobro dos 31 que
somou no ano passado no mesmo número de partidas, não importando uma série de
desfalques – chegaram a ser de mais de dez atletas afastados durante um
período, alguns essenciais como o lateral Ávine –, ou o pouco tempo para
treinar o time de acordo com seus conceitos.
Ainda assim, mesmo com até dois centroavantes lesionados ao
mesmo tempo, no caso de Souza e Júnior, o sucesso é imediato, terminando a fase
regular do Campeonato Baiano com apenas duas derrotas e um saldo positivo de 33
gols, bem superior ao de 14 a essa mesma altura da temporada passada.
Em entrevista ao FIFA.com, Falcão fala, então, sobre os
desafios de reinstaurar um futebol ofensivo no país em que se cultua o
"jogo bonito" e o que o Barcelona tem a ver com isso, garantindo:
"Jamais vou colocar o time para trás, dando bico para a frente".
Confira:
O Bahia tem até o momento 57 gols marcados no campeonato,
que é quase o dobro do que havia feito a esta altura no ano passado. Como
avalia a evolução do trabalho?
Cheguei aqui no dia 6 de fevereiro, uma segunda-feira, e
defini o time na terça. Jogamos na quarta, embora eu estivesse fora e não tenha
dirigido. Peguei o time para valer no dia 10, uma sexta, para jogar o clássico
no domingo. Jogamos praticamente todas as quartas e domingos. É muito desgaste,
e você não consegue recuperar os atletas. Então, o único problema foram os
jogadores machucados. Gostaria de estar com todo mundo, mas estou feliz, com o
ataque mais positivo do Brasil.
Para um treinador que chegou durante a temporada, então,
imaginamos que seja, ainda mais complicado.
O grande problema que enfrentamos aqui é essa sequência.
Segunda não dá para fazer nada, porque é dia de recuperação. Treino na terça
para jogar na quarta, então não pode ser nada muito longo, especialmente quando
temos uma viagem de quatro, seis horas pela frente. Na quinta, nova
recuperação. Sexta é quando faço um trabalho um pouquinho mais longo, mas com
cuidado, porque aqui faz muito calor, para que não seja muito intenso. Mas
assim mesmo o time vai indo.
Qual é o ponto mais importante para a equipe daqui para a
frente?
A ideia é ganhar o Baiano, que há dez anos que o clube não
ganha. Digo para eles que têm condições de entrar para a história do Bahia, de
retomar a hegemonia estadual, e que não vamos perder essa chance. A gente
conseguiu nossa classificação cedo e agora garantimos a vantagem na semifinal,
de jogar em casa e por dois resultados iguais. O time está muito bem
posicionado para poder jogar por isso nas finais. Mas tem muita coisa para
fazer.
Quando você assumiu o Inter em 2011, não teve receio de afirmar
que pretendia imprimir um jogo leve e ofensivo. Essa característica está em
falta no Brasil?
O que digo é o seguinte: meu objetivo sempre é ter um time
leve, que tenha muita vocação ofensiva, mas isso nem sempre é possível, pois às
vezes falta o jogador, por lesão ou suspensão. Uma coisa é o conceito, outra
coisa é ver se é possível aprovar esse conceito. Temos de saber tomar a bola e
jogar. É um conceito meu. A gente tem de ir devagar, ter equilíbrio – essa é a
palavra-chave. Mas não é fácil.
É isso que está tentando instaurar no Bahia?
É minha ideia, mas nem sempre posso fazer. Não posso, num
jogo em que estou sendo atacado, sentindo que o time pode tomar o gol, cometer
a burrice de achar que devo só atacar. É preciso retomar o jogo, o domínio. Não
dá para ser burro e tomar dois, três quatro gols. Algumas vezes é possível, mas
dois e dois não são quatro. Só na matemática. Jamais vou colocar o time para
trás, dando bico para a frente, a não ser que seja uma questão de momento,
pontual. Futebol é repetição, de teoria para prática, repetir no campo até
automatizar, e isso deveria ter sido feito na pré-temporada.
Nesse quesito, o Barcelona virou uma referência. Qual seria
o segredo para esse time ter chegado a esse nível?
O Barcelona é um time bom tanto sem como com a bola.
Obviamente eles têm uma grande qualidade, mas, pra mim, a grande virtude, a
grande diferença é essa: não só ter os jogadores diferenciados, os
extraordinários quando se está com a bola, mas marcá-la e tirá-la com esses.
Mas são conceitos criados há mais de 30 anos; muito disso vem da Holanda. Vimos
também na seleção espanhola campeã mundial. De todo modo, é um time atípico, em
que os zagueiros são volantes, o centroavante é o Messi, o esquema muda...
Desenvolver tudo isso não é fácil.
Colocar em prática realmente é um desafio, não?
O problema é que, no Brasil, temos muita pressa. Muitas
vezes vemos o clube que contrata um treinador sem ter convicção e aí o demite
após três meses. Aí entra no Brasileiro com o time que não era para ser. Falta
planejamento.
Por quanto tempo o pensamento de voltar ao futebol, de
assumir um time, ficou na sua cabeça durante a época de comentarista?
Vinha amadurecendo isso há bastante tempo. Toda vez que
alguém saía do comando do Internacional, tinha pesquisas populares de
percentual absurdo a meu favor. Achava que tinha de voltar a trabalhar com um
time. Quando apareceu o Inter, achei que era o momento, que não podia esperar
mais. Depois de minha saída, surgiram outros convites, mas times que senti que
não iam dar as condições que queria. Aqui encontrei um clube profissional, em
que posso fazer um trabalho. Pesa também a história do clube.
Seu acerto com o Bahia não deixou de ser surpreendente,
considerando sua identificação com cidades como Porto Alegre e Roma, que são
bem diferentes de Salvador. Como tem sido viver por aí?
Era o momento que tinha de aceitar, o time é bom, a
estrutura é boa, estou feliz. Aqui não tem pressão da diretoria, presidente que
não frequenta o treino, não tem isso de conselheiro frequentar o treino.
Angioni é o gestor, extremamente competente e disse pra mim: ‘O time está
entregue na sua mão, então não tenho o que ver’. Estou eu e os treinadores. São
coisas muito mais de as pessoas pensarem, do que minha. Muitas vezes vim para
cá em julho e janeiro. Já tinha pensado como seria treinar por aqui, que seria
muito gostoso. Agora aconteceu."
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